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CRU (2015)

Espetáculo do Teatro da Queda

Direção: Thiago Romero

Texto:Daniel Arcades

Perigosos jogos de amar são expostos em 'Cru' para discutir as normatividades do amor. Três sujeitos se encontram no palco para discutirem seus lugares dentro de uma relação considerada sólida diante da sociedade, namorado, amante e o sujeito que mantém as duas relações – um exposta para a sociedade e uma escondida para todos - encontram-se em um outro plano para questionarem porque entendem que estão presos a um sistema criado para domesticar o amor, mas porque mesmo entendendo não conseguem viver em outro formato. A crueldade da invenção do amor vem à tona diante de toda construção social desenvolvida sobre o sentimento, o debate em um outro plano começa a tornar-se palpável e uma tentativa de busca pela salvação da própria vida faz com que estes sujeitos forcem um encontro na vida real e entendam que estão condicionados tanto ao papel de ‘oficiais’ quanto ao papel de ‘amantes’, num jogo dramático de cena estes atores – amantes se confundem com suas posições e não conseguem encontrar saída para enxergar um amor distante do sentimento de posse, classe, classificação e, principalmente, normatividade. 

Em “Cru”, o personagem se mostra como ator e não se configura primeiramente como um todo, mas por um movimento que inclui o aleatório, as inversões, as máscaras, gestos falsos e inesperados e que dependem das intenções e de apreensões dele mesmo, ou seja, aparece uma "dança" intermitente de atravessamentos entre aparência e verdade.

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